Maria
Prosa e Poesia
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Se te encontras perto

da Casa Própria Cheio de Solidão,

é lá que também estou,

abraçando-te com meu Sozinho,

com meu coração iluminado de paixão.

 

É lá que te encontro,

onde mora teu desespero por amar,

tua ânsia por meus braços ternurados

de flâmulas de fogo

e pedra de riscar e faiscar. 

 

É lá que me alcanças,

nesse comodato de amor e paz

que me passas

com tuas cores

de fazer felicidades

e nas nuvens criar um lar!

 

E é quando me surpreendes

em teus passos repentinos,

com o som das trombetas de mil sóis,

quando caminhas lépido, em goles rápidos,

ou serena e docemente,

sentindo o sabor das especiarias

pelo dorso da terra,

encharcando os vinhedos,

criando águas de rios latejantes e lépidos.

 

E mesmo que sentes o que falta

para começar a acabar,

o amor renasce quem está morto

como renasceu em mim a fome de luz,

de fogos de artifício

soprando luzes em meu céu de amar.

 

E se danço meus dedos de piano

na terra dos caracóis

se passo e me sentes e, me sentindo,

me abraças untado de mel e sóis,

vou e me segues,

na terra só tua, onde rodopiam,

alaranjados de sonhos,

iluminados de amor, lindos girassóis!

 

E se me dizes que não importa o caminho,

se curto ou carregado de fósforos ou pavios,

se adornado por mil fogos no arrebol,

ou tênues luzes alentejas de Natal

se premente de lança-chamas 

no vale do amor sem sol.

 

Se vens atrás, eu vou,

sigo pelas trilhas de Azamor

que acendem labaredas em nossos sonhos

azeitados de infinito amor!

Maria
Enviado por Maria em 09/02/2023
Alterado em 09/02/2023
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