A madrugada que chega faz cortes profundos no pensamento. Dói a alma, que viaja o mundo e encontra seu ninho numa janela do tempo aberta para o amanhã... Alimenta o espírito e abre o canto em olhar de ternura. Que mal há em não compreenderem as pisaduras da flor? Para serem sentidas é que nasceram suas raízes, fazendo suas pegadas eternizarem-se nas iluminuras da parede. Porque não é possível haver incomunicalidade entre dois corações, quando são somente um... Por isso, caminho sem medo, ruelas interiores. Atravesso pinguelas e me deleito com a vida, qual lua em fogo, tocando a beirada do mundo... Se vago solitária - alma "imbricada" e sem "dicionários" - é porque o sol encontrou e captou essa imagem, eternizando-a... Não construo mais guerras por ter sido descoberta. Aceitei, plácida, meu destino no mundo das palavras... Sou poeta de sonhos e ilusões, e aguardo - utópica -, o singrar da canoa ao encontro do meu entardecer, enquanto pinto rabiscos incomunicáveis... na tela in(lúcida) de minha eternidade de luz...
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