Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Nem sempre entendo as linhas e trilhas do tempo,

as sobras de pó que o poeta fala, 

os monturos que fazem lembranças sem vultos

e a dor como onipresença...

 

Também não sei de todos benfazejos da alma,

mas meu olhar para você entrega todo interior que me habita,

os sentimentos mais puros, o que de mais

magnânimo e intenso carrego no santuário do coração.

 

Eu, talvez, nem sempre compreenda

o teu silêncio ou o meu.

Mas ouço sua voz e o sussurrar ensurdecedor

de seu falar mudo e articulado.

 

Ao meu redor,

mora a quietude.

 

Sou olhar que contempla o longínquo -

mãos dadas - no balouçar carinhoso de um colo de amor.

Ao longe, as montanhas me falam

da nitidez dos sentimentos,

a flor dourada sendo tocada em suas terras,

no adormecer das penugens alaranjadas

sobre a superfície lisa e branca de um momento de paz.

 

Se a ocasião rende mais sal do que o pleno açúcar,

faz-se a salmoura para as asas feridas,

e os joelhos rasgados pelo chão bruto e sem ângulo

de um passado que já não é.

 

É quando as coisas do coração falam mais,

tornam-se especiais, lentas e sombreras,

diz o canto do poeta em meio a cevada e o jejum. 

 

É que a vida é tudo que temos,

é o nosso maior prêmio.

 

É a tua conquista,

o milagre que sou, 

o sol e a flor,

com quem a vida

vale alguma coisa,

a volta do reino canelado

de verdade, sinceridade,

paixão e amor!

Maria
Enviado por Maria em 18/02/2023
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