E como falar algo sobre a contagem dos dias?
Não há o que dizer, não há!
Não sei como deixam cair
as folhas do calendário da parede.
Uma a uma caem e se amontoam ao chão,
como a areia da parte de baixo
de nossa ampulheta do tempo
aumenta a cada dia que passa,
enquanto o destino de onde ela advém, diminui... ´
E a ótica da morte e da vida
me fala a poeta que mora aqui dentro:
um dia morre pra outro nascer.
Ou, como diz a poeta –
é a ótica de uma saudade –
como a de uma semente...
Compreender uma semente
é entender o processo de gerir a vida,
porque uma semente que nasce,
nasce para morrer neste glorioso destino –
um outro ser surge em seu lugar.
Por isso, guarde tuas sementes
e jogue-as ao garlar do vento propício.
Um dia, há de nascer uma floresta
(mesmo que apenas uma árvore)
e tua saudade se vestirá
do esplendor de sua presença...