Maria
Prosa e Poesia
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Talvez, talvez eu ainda precise aprender a me deixar levar

qual seixos do rio em meio as cachoeiras de águas

que descem as montanhas depois da chuva...

 

É como deixar o vento levar os meus cabelos

e espalhar o meu cheiro pelo ar.

É assim que desenhamos nossos ninhos

e construímos paralelepípedos ao redor de nossos nossas raízes.

É a nossa identidade se impregnando no espaço que somos.

 

Meu coração pertence a ti, minha alma é parte da tua.

Somos um, nos disse o universo quando nos encontramos.

Fiz essa descoberta à primeira visita,

mas só fui compreender a profundidade desse momento

quando o sol tocou a folha seca

e criou um halo luminoso ao seu redor,

impregnando o espaço da folha

de sua presença luminosa e amorosa.

 

O sentimento foi tão intenso

que o universo se calou por alguns instantes

- enquanto meu coração retumbava alto - 

para que eu pudesse ouvir o som do amor,

perceber a beleza da paz e das inquietações

que me tomaram a alma naquele momento.

 

Paz por ter me encontrado, inquietude

porque ainda não compreendia

em toda sua intensidade o significado

desse encontro comigo mesma,

com a outra parte de mim.

 

Quando o silêncio passou e o coração diminuiu seu retumbar,

calei-me absorta em sentir o imenso amor que me tomava o ser

e que percorria cada centímetro do meu corpo  e do espaço ao redor

que foi se impregnando dessa beleza e magnitude

ao ponto que cada vez que subo aquela montanha eu sei,

eu estou indo para dentro do Sol,

para o aconhego de nosso lar, nossa casa!

É lá que vivo, é lá que quero - em teus braços de amor -

para todo o sempre, em nossa eternidade viver!

 

 

Maria
Enviado por Maria em 26/02/2023
Alterado em 26/02/2023
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