Talvez, talvez eu ainda precise aprender a me deixar levar
qual seixos do rio em meio as cachoeiras de águas
que descem as montanhas depois da chuva...
É como deixar o vento levar os meus cabelos
e espalhar o meu cheiro pelo ar.
É assim que desenhamos nossos ninhos
e construímos paralelepípedos ao redor de nossos nossas raízes.
É a nossa identidade se impregnando no espaço que somos.
Meu coração pertence a ti, minha alma é parte da tua.
Somos um, nos disse o universo quando nos encontramos.
Fiz essa descoberta à primeira visita,
mas só fui compreender a profundidade desse momento
quando o sol tocou a folha seca
e criou um halo luminoso ao seu redor,
impregnando o espaço da folha
de sua presença luminosa e amorosa.
O sentimento foi tão intenso
que o universo se calou por alguns instantes
- enquanto meu coração retumbava alto -
para que eu pudesse ouvir o som do amor,
perceber a beleza da paz e das inquietações
que me tomaram a alma naquele momento.
Paz por ter me encontrado, inquietude
porque ainda não compreendia
em toda sua intensidade o significado
desse encontro comigo mesma,
com a outra parte de mim.
Quando o silêncio passou e o coração diminuiu seu retumbar,
calei-me absorta em sentir o imenso amor que me tomava o ser
e que percorria cada centímetro do meu corpo e do espaço ao redor
que foi se impregnando dessa beleza e magnitude
ao ponto que cada vez que subo aquela montanha eu sei,
eu estou indo para dentro do Sol,
para o aconhego de nosso lar, nossa casa!
É lá que vivo, é lá que quero - em teus braços de amor -
para todo o sempre, em nossa eternidade viver!