Meu querido amor!
Do alto de minhas reflexões,
quando o dia passou
e a noite avança
as heras do tempo,
te escrevo.
Sei que estás logo ali,
atrás da claraboia
da janela do tempo profundo,
mas, não sei se estás lendo estas palavras...
Escrevo mesmo assim,
porque a saudade corrói,
a saudade dói
e as lembranças antigas
batem ansiosas no tablado
de minha escrivaninha do tempo.
Sinto tanto sua falta,
queria tanto estar pertinho,
tocar você, olhar nos seus olhos
e falar dos sentidos
que me vão no coração,
as estradas que desenhei
para você seguir e chegar até mim,
pois o que vai no meu coração
é o profundo do amor
que há tanto tempo me habita.
E eu quero que me sinta,
que me sinta em ti,
sinta meu amor,
meu carinho,
a ternura que faz canção
para teu coração.
Quero que me sinta
falando com meus olhos,
dizendo para você o que penso,
o que sou, o que quero.
Quero sentir
a plenitude da tua pessoa,
sentir a tua aura de luz
mergulhando em mim,
a tua força me amando
como nunca fui amada,
me tomando nas mãos
como se pega um botão
de flor, um botão de rosa
ainda a se abrir.
Quero que me sinta te falando
com meus olhos que te desejo,
profunda e ousadamente te desejo,
penso em ti - tão perto
e tão longe ao mesmo tempo
penso em ti - e imagino como seja,
deslizar em teu corpo,
acariciar a tua pele,
beijá-lo com todo meu amor.
Amor que é teu -
Sinta!
Eu sinto!