É tempo de esperar.
Assim, assim, como se aguarda o acontecer
no instante que antecede ao vendaval.
Tudo quieto, parado... silêncio.
Um respirar silencioso,
suspiros inaudíveis no sopro da luz.
O infinito adormecido, esperando
o despertar do sonho
no peito de um Sol de amor.
Sobre a mesa, estático, o pacote do tempo.
Um Kit de sentimento guardado pelo silêncio
num dia de escadas e portas abertas
para entrar e sair.
Uma ave sem asas
que cruza os olhos
com um rei,
na encruzilhada da vida.
Uma estrada para ir,
outra para voltar
ao subsolo da terra
onde só se vê
a poeira na janela dos olhos
e o mofo nas penas
rabiscadas pela chuva
sobre a face que fita a floresta
verdejante e indiferente
ao tempo de esperas.