A criança ainda mora em mim,
mas, carcomida pelo tempo,
anda tal qual vagalume
perdido na noite em meio às trilhas
sem placas e sem direção.
É um olhar de agora,
das circunstâncias da vida
- você lá e eu cá.
A distância de poucas jardas que nos separa
é um abismo milenar sem pontes
e ou pinguelas para se atravessar.
Mas consegues me ver do outro lado
da janela do tempo,
como a luz de uma estrela longínqua
exalando amor no ar.
Um dia os raios atravessam as profundezas
e chegam do outro lado
como chega a luz do sol
depois de atravessar universos e constelações
por milhões e milhões de caminhos.
É como o som do sino que repica na catedral
- navega, magnânimo e forte
até calar em horizontes que o acolhe
em suas terras profundas e mescladas de amor.