Sei que ando mirando os pés descalços,
me debruçando sobre as bordas da vida,
os abissais abismos interiores...
que aguardam, calados, sobre as superfícies
de uma página ainda em branco...
Por isso, viajo em mim jornadas,
veredas de descobertas,
asas fecundas de tua voz
que ouço embevecida
como se um poema
se desenhasse na mansidão,
nos silêncios e pausas que fazes
e que agora, tremulam meus versos,
desalinhados e desconexos...
Sabes que o meu silêncio
também murmura o sonho das rochas,
o rosto da rosa - despetalando-se em ti -
em seu silêncio de botões...