Maria
Prosa e Poesia
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Tenho estado tão calada.

Falo, mas a alma envolta em traves e fechaduras

se acolhe e repete o silêncio que ouve.

 

É um eco do espelho.

A imagem que, refletida, transmuta-se em outra

que navega em direção à sua própria procedência e ser.

Seria como um caminho, de idas e vindas,

uma escada de subir e ao mesmo tempo descer.

Uma porta que abre para entrar

e ao mesmo tempo sair...

 

Como pode que quem quis ir peça que lhe toquem a pele?

Como tocar o que está longe, o que se foi?

Eu li as frases na parede me dizendo pra recobrar

o que já estava sendo esquecido.

O amor que um dia foi eterno...

 

Não o é mais?

Perguntas não calam.

Ou, calam fundo na voz muda e articulada

que se debruça a dialogar com o silêncio.

 

Fico no abraço que beija o ombro

no cruzar do batente da porta

que se abre para dentro - só para entrar.

Pra sair... não abre mais...

Maria
Enviado por Maria em 11/03/2023
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