Olho as estrelas rondando teu mundo

Eu olho o céu e vejo as estrelas

eu vejo o sol estendendo os braços

para as estrelas e acolhendo-as...

Eu estou aqui, olhando em silêncio,

contemplo de longe a dor de não o abraçar...

Olho as estrelas rondando teu mundo...

Olho as estrelas rondando teu mundo...

Eu vejo que as flores se dobram à sua passagem,

suas trilhas são de luz e festas.

E eu ando triste e calada pelos cantos...

Sozinha não sei como pisar

parece que estou no ar

vou do subsolo ao céu, mas não consigo lhe alcançar

Estendo a mão sobre as flores da paineira,

mas a janela de vidro está fechada

não consigo o toque de pele

olho a distância, vejo o horizonte

vejo, olho as estrelas rondando teu mundo

Olho as estrelas rondando teu mundo -

elas cantam só para você,

se dobram à sua passagem...

E eu fico sozinha no banco do jardim

olhando a árvore - bem sozinha...

Vejo o amor caminhando na rua,

olho as estrelas rondando seu mundo...

Olho as estrelas rondando seu mundo

elas se dobram à sua passagem

teus olhares que são para elas - me veem sem ver

sigo, calada, sozinha... 

sentada no banco, sozinha

Me vês e te perguntas se estou triste...

Por que ela está sempre sozinha - perguntas:

- sou ninguém no subsolo do céu...

Por favor, não me deixe sozinha,

não me deixe morrer nesta relva seca e calcificada 

me acolha, me direcione um olhar que seja,

mas não se faça mais silêncio

eu vejo o amor em teus olhos

vejo o verão das andorinhas em tua retina

mas elas não abrem asas pra mim

voam o infinito querendo ficar sozinhas

querem um tempo pra elas

e voam, asas abertas, planam

sobre as nuvens de gaze que o mundo não vê

Eu viajo territórios, ultrapasso todos os limites

e faço fronteiras que não alcançam lugar 

não conseguem fazer uma ponte entre a minha e a tua janela,

para que eu possa estender a mão pela vidraça

e tocar teus olhos de andorinha

não tem como...

eu vejo o amor em teus olhos

vejo o verão em tua retina...

mas não foi feito pra mim...

sou ave que não voa...

Estendo a mão sobre as flores da paineira,

mas a janela de vidro está fechada

Não consigo o toque de pele...

Olho a distância, vejo o horizonte

Vejo, olho as estrelas rondando teu mundo...

Eu vejo o amor em teus olhos...

Vejo o verão das andorinhas em tua retina.

Estendo a mão sobre as flores da paineira...