Um mergulho nas notas silenciosas
e o mundo se transforma.
Como se o vento, eremita,
saísse das sombras da caverna
para o meio da floresta
e deixasse o sol brilhar entre as folhas
e seus tentáculos de tempestades
suavizassem a face
e, tocando as pétalas úmidas da flor,
se fizessem raios de luz.
Se pudesse me transformar
nessas montanhas diáfanas,
tecer o rumo certo, semear flores e sementes
com mãos do imensurável,
na singeleza de um afago,
na espontaneidade de um abraço....
no sentir do cheiro inebriante do perfume
ao abrir a porta da vida,
na toque dos lábios trêmulos...
que não sabem o que dizer...
Faria da vida um cântaro de amor e belezas
- suave gole de amor -
e me entregaria, serena, plácida,
ao som que sopra no universo,
no vácuo do tempo,
no céu de estrelas
que meus olhos contemplam,
- silentes e amorosos -
em meio à imensidão.