Sei que maximizo impactos,
mas é que ouso extrapolar
universos de quem me lê.
Quero o que está além da palavra.
Busco o insondável, a profundidade
que apenas a mim importa.
Não quero mais medir milimetricamente
o espaço existente entre um céu e outro,
entre uma nuvem e outra
entre o território do meu eu que eu vejo
e sei que sou e aquele que o mundo vê
e acha que eu seja...
Não sou filósofa, sou Poeta
por isso, não tenho a responsabilidade
de provar minhas teses,
mas pelo que eu escrevo, sim.
Mas hoje, preciso fazer nascer
a capacidade de me fazer entender - a mim.
E sinto que não há como me perceber
nas ondas gigantes
que chacoalham vagões
de um lado a outro de mim...
Não me vejo água...
embora deslize, inteira -
pela face de amor...
Sou mar, sou onda, sou a espuma
que pousa asas em areias perdidas
e translúcidas de sonhos...