Também ouço o canto
que passa
pela janela do tempo
nas manhãs.
Nela tempo e espaço se confundem
em esperas deste canto que não cansa,
da meiguice que ansiosa bebo
no copo da chuva do dia.
É doce o canto que passa
pela janela nas manhãs.
Esse, que explicita
a mudez da alma
em cada nota irradiada
nos umbrais da vida.
Bebo, silenciosa e extasiada,
enquanto pequenas notas
murmuram melodias
em meus lábios trêmulos.
É quando faço minhas pausas
e destilo minha voz em goles
de rimas incertas
e versos sem métricas
- aspergindo saudades.