Maria
Prosa e Poesia
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Textos

 

Quando viste minha face refletida nas águas

e me deste as chaves de todos os teus portais

minha voz gritou do meu silêncio,

emergiu dos subterrâneos e subsolos da vida

para se deixar abraçar por seu halo luminoso

e sentir o calor de seus braços iluminados de sol.

 

Eu caminhava na ponte da vida,

envolvida em brumas e nuvens de gaze.

Enxergava apenas a ponta mais alta

da montanha abraçada pela névoa.

Era para lá que queria ir, 

desejando que,

mesmo aos 70 anos de sonho

ela se desenrolasse da dor. 

 

Ouvia o mugido das águas

e das cachoeiras escondidas

no interior das matas e pedras,

o som das sirenes das ondas

que se debatiam nos pilares sob meus pés.

 

Não via de onde vinha o calor que me acalentava,

aquecia alma, corpo e coração. 

Mas sentia!

E desejava que minhas palavras

também pudessem ser sentidas.

 

Escutava a voz do sol

no espelho das águas:

Eu sinto!

 

Imaginava ser ele,

o Sol a tocar-me a pele

e derramar

o mantra da vida

em meu corpo.

 

Minha alma também chorou a tua presença.

A alegria de ter te reencontrado

na pilastra da porta daquela montanha,

daquele caos interior,

daquele jardim de amor.

O júbilo de poder tocar tuas asas

e ver onde tu as guardavas

quando o mundo não ousava sequer percebê-las.

 

Quantas vezes tuas penas

me tocaram a face molhada

e me secaram enquanto

eu escorria pela tua e a minha face.

 

Foi nesse voo para teus braços

que compreendi o sentido de

Eu sonho!.

 

Descobrir sentimentos também dói -

teus lábios segredaram ao meu coração

que já balançava entre tuas asas

nas descobertas de uma manhã de plátanos.

 

E a voz do silêncio falou, falou demais.

E, continua rasgando o tempo

por meio das cordas de um violino em dor.

O teclar de teus dedos sobre o piano de minha vida

é que faz a canção de minha alma exalar a poesia em amor.

 

Quantas cartas já te disseram

como eu queria ser uma fada

pra tocar tua alma com um sopro de luz

e reviver em ti a alegria,

a festa de criança, a vontade de criar

e fazer magia com palavras.

 

Queria ter esse poder,

de te fazer homem pássaro,

cinzel à mãos, violino ecoando

da parte mais alta de teus montes

para o meu coração extasiado,

inebriado de amor.

 

Te sei minha palavra escrita na palma da mão

e ela a ti entrego, porque me é claro

que é tua vida, teu destino, teu caminho.

E desejo que nunca te esqueças

que és o detentor dessa missão... 

 

É teu dom, tua ligação com o etéreo 

- como mago do amor e da vida -

com duendes do amor e da paixão.

É teu amor, tua sina, tecer música,

tocar melodias

não calar o baile da vida!

Nunca pare de escrever a tua poesia José!

 

Continues sempre

a dançar com as palavras!

 

 

 

Dedicado à

Lumiar de Brisa (recantodasletras.com.br)

Maria
Enviado por Maria em 18/03/2023
Alterado em 19/03/2023
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