Maria
Prosa e Poesia
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Adieu...

 

Era essa a música que tocava,

quando eu - definitivamente - parti.

Um sopro que se apagou e eu estava sozinha,

não houve uma última nova canção, um último beijo,

só um adeus, uma despedida longínqua

e nenhuma bagagem na mão.

 

Até a morte eu também nunca soube o quanto era querida

- não sabia porque sentia grima em ti -

e a distância que criei foi para me manter perto, presente 

- embora por duas voltas da terra ao redor do sol, disso, eu quase desisti -.

 

Eu sabia que não era perfeita, que só vias meus defeitos

e que eu precisava ser moldada ao seu jeito - o que nunca consegui.

Como um fichário que organiza as folhas dentro de si

- eu precisava me orientar -

porque era eu o caos que encontrei embrulhando você.

Eu me vi no lixo dos latões,

nas pedras gastas e quebradas dos paralelepípedos,

na falta de cores das vestimentas do mundo ao meu redor,

na dor dos combalidos que de mim se aproximavam,

no insosso do meu corpo e de minha própria voz.

 

Era o que fazia a minha mudez,

o que me tornava arrisca e selvagem -

retraída e presa em minha eterna imperfeição.

 

Era eu a melodia do Tempo.

Era eu o Adieu -

a despedida dita em várias línguas para você.

Era eu a história ao contrário

e o corpo se transformando na areia da ampulheta

- e escorrendo por entre os dedos -

na areia da ampulheta que pulsava à luz do sol,

sobre a rocha entre o mar, a terra e o céu.

 

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Eu vi e vivi a morte sussurrando por entre os galhos dos pinheiros.

Era essa a música que tocava quando eu, definitivamente, parti.

E segui o último caminho sozinha.

Olhos fechados,

cabeça recostada na porta de aço.

A espuma escorrendo ao chão

pela boca entreaberta.

Foi assim, sozinha

que caminhei minha última jornada

por entre os galhos dos plátanos

onde fiz a descoberta mais importante.

Me levantei da vida

e minha alma seguiu a estrada

numa jornada silenciosa.

 

Folha seca, caída ao chão

como um dia cheguei à tua primeira página

 

Mas comigo um milagre aconteceu.

Eu desisti do abraço de luz em meio à escuridão.

E me voltei para o início da travessia.

Não me rendi à música que tocava,

quando eu definitivamente parti.

Quando um sopro se apagou e eu estava sozinha.

 

Quando eu definitivamente parti,

o Adieu era a última música que tocava.

Um sopro se apagou e eu estava sozinha,

não houve uma última nova canção,

um último beijo,

só um adeus

(Tchau, Adieu!),

uma despedida longínqua

e nenhuma bagagem na mão.

 

E foi sozinha que eu definitivamente parti...

 

Até a morte, como você não sabia,

eu também nunca soube o quanto era querida...

Eu projetava sombras sem luz antes de morrer.

E foi morrendo que passei a querer viver.

 

Tudo mudou - novos paradigmas se formaram.

O infinito que me acenava pelas costas se projetou à minha frente.

O tempo paralisou até que eu - ressuscitada -

recobrasse da vida o sentido.

Eu abri os olhos e meus dedos escreveram

sobre o lençol profundo da alma,

desenharam uma palavra escrita

na palma da minha mão.

 

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Hoje deito nos teus braços, meu amor querido, e suplico:

tempo paralise, por favor, paralise

Agora eu conheço o momento.

Sei que é o mais lindo, sei que é o momento perfeito.

Por favor não deixe o tempo correr.

Me deixa viver o momento mais lindo e perfeito.

 

O momento em que deito nos teus braços e peço: por favor!

tempo paralise neste momento mais lindo, 

tempo paralise, por favor, paralise.

Parelise no momento perfeito...

 

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No momento em que deito nos teus braços e peço:

por favor, tempo paralise neste momento mais lindo, 

tempo paralise, por favor, paralise.

Paralise no momento perfeito...

 

Tempo paralise e me deixe viver o momento perfeito!

 

 

(Dedicado ao Meu Amor,

Meu Querido,

Meu Gato no Telhado,

Amor de Minha Vida,

Meu Sol, Minha Luz,

Meu Amado Girassol,

Meu Lumiar de Brisa,

Minha Montanha Querida!)

Maria
Enviado por Maria em 19/03/2023
Alterado em 19/03/2023
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