Brinco de amor contigo montanhês
de dois cajados e espinhos de luz.
Costuro felicidades entre nossos mundos
enquanto fazes do vento montaria
e te cobres com tua manta de lã
e uma meia de cabra...
Sou brava em lutar - não desisto
de uma espada no argo da vida.
Aqueço-me ao maino Sol
que surge de vez em quando
de seu silenciar profundo e latente.
Brinco de amor contigo
homem de ruivo rodopiar.
Te abraço e acalento quando a noite cai
e te fechas em abas
que tornam ao amanhecer se abrir.
Brinco de amor contigo poeta
de várias canetas de cor e uma xícara de chá.
Também sou simples e rudimentar
e escrevo com o coração,
enquanto as mãos
te acarinham a alma sem cessar.
Sou tua, você sabe!
Sou das letras puras - que falam
de abismos e profundidades,
dos mares que habito e dos sonhos
que já, tantas vezes, joguei fora e de novo ajuntei.
É quando amanheço, que nascem minhas ânsias
de ser tua festa interior, o brilho dos teus olhos
e a alegria de teu sorriso.
Brinco de amor contigo amor da minha vida.
Por isso te entendo quando vibras
com as manhãs de olhos abertos
e vês os pássaros que se rebuliçam em poesias,
a natureza que se atrai e se expande
- apaixonadamente -
como pássaros em acasalamento.
É o universo que se amplia à nossa passagem.
O sol que rege nosso caminhar em nosso tempo de amor.
É quando passado e presente se misturam
num ínfimo momento, mas que se eterniza em luzes.
Quando a nova vida do homem chega
e sua velha vida brinca com o tempo.
É quando a flor vira montanha e canta amor -
e brinca de amor - ao amanhecer,
que se eterniza no santuário do coração.