Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Que continue sua viagem por entre as estrelas.

A felicidade do voo é o que todos buscamos.

 

Alguns desprendem os pés do chão, asas silentes,

e partem em sua longa e eterna jornada de buscas e procuras.

E assim seguem, como o vento, plantando sementes,

mas sem se fixar em uma flor ou sem mesmo saber

que a semente plantada germinou e deu frutos e deu flor.

 

Outros são a própria semente plantada pelo vento.

Germinaram, deram flores, frutos

e hoje vivem a dor da saudade de um vento

que as carregou em suas asas por um tempo

e depois as jogou ao chão.

 

Também tem aquelas que, plantadas,

estendem seus braços em todas as direções,

buscando encontrar a brisa, sentir seu toque, sentir seu abraço...

entregando ao seu redor o perfume e a fragrância de suas pétalas em flor

ou a cor e a saudade de suas folhas que,

para estarem com quem amam, se desprendem de suas raízes,

de seu mundo, e se deixam levar pela brisa... em seu eterno outonar...

 

Para alguns, como eu, já está destinado pelo Sol e as outras estrelas

que o mundo é e sempre será esse eterno outono...

Uma eterna condenação, um eterno destino

imposto por quem conhece os meandros

da primeira página da vida que há tempos findou seus painéis

e jogou fora as chaves de suas portas e janelas. 

 

Assim, a semente nasce da folha seca hoje,

faz-se flor, asas de colibri à brisa que viaja -

assim como o poeta que procura e busca

sendo tantos personagens -

mas cai, ainda hoje, folha seca, presa ao chão...

 

Não sabe o poeta que o tempo não para,

mas que a vida da folha pode parar no relógio do tempo agora!

Nem sabe que, para os olhos que deveriam ler as palavras não ditas,

o amanhã pode ser tarde demais...

E assim, as palavras se fazem eternas (e talvez isso seja o mais importante)

os sonhos também se eternizarão

(e talvez isso já seja o destino programado

- serão sempre sonhos, jamais irão se realizar),

mas a flor cai, a folha cai e o vento continua sua jornada

em busca de uma pétala que se deixe levar por suas brisas

e o amor não será experienciado enquanto um coração

o outro - alma gêmea -, definitivamente, encontrar...

 

E cai a semente ao chão...

e cai a folha...

E o vento passa, levanta suas asas melaças...

e segue o vento o seu caminho...

parte em busca de novas aventuras...

de novas ondas e pétalas de flores para dropar...

vai em busca de uma nova viagem,

enquanto a folha melaça dança -

para o encanto do próprio vento e à sua melodia -

a música do amor, da alma que sonha a eterna canção,

e ela dança... e dança com a música do sol,

com a suas próprias palavras, só e seca, presa ao chão...

 

E a dança da folha... 

que baila ao sopro do vento que já passou

transforma a lágrima da dor de sua morte em Poesia,

para alegrar a alma e o coração do Poeta!

Maria
Enviado por Maria em 26/03/2023
Alterado em 26/03/2023
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