E dividem-se as águas para um passar
De um tempo que não vai mais ser...
Para que voe livre o “wirapu ‘ru - verdadeiro”,
e na maviosidade de seu canto feitiça
a alma de seus seguidores….
Vai uirapuru! Não necessitas passaporte,
Nem cancelas na alma a "trancar” teu andar.
Não olhes a flor que ficou no caminho
enquanto teu canto ecoa pela floresta
“livre das correntes e espinhos do passado".
Nem te apiedes do passarinho na gaiola
de trinado triste e inusitado…
A rara beleza de seu canto
é o grito de liberdade devolvido ao mundo
grilhões nos pés e grades de janela.
Passe ao largo e siga teu caminho...
A vida é um constante caminhar…
Te veste do amanhã sem as ilusões de ontem,
enquanto faz a noite a passagem para o dia...
Na quentura da lágrima que cai em despedida…