Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Há uma fome de palavras

um desejo de encontrá-la solta

livre em um poema de hoje.

 

Há uma fome de sentidos, 

uma saudade dessas memórias

em que não precisava

procurar a poesia em painéis

organizadamente expostos

sobre o tablado da vida.

 

Também tenho uma fome

que me devora a lucidez

e me apavora a mudez

querendo eternizá-la. 

 

Meus olhos sempre vazaram gritos

e esses calaram com a flor que partiu,

porque o diálogo é que faz a poesia nascer

da verve da Poeta de "raridades".

 

Tenho engolido essas emoções

por isso, os olhos secos...

e a boca ressecada de ausências...

 

E os sonhos que vazam dos olhos

desaparecem ao vento que leva lágrimas.

 

Meu mar... eu quis levar num aquário

dentro do meu coração... 

mas ele gosta de ficar sozinho

e no meu peito só há espaço pra nós dois. 

 

Queria pinçar uma nuvem no chão, 

queria abrir um botão de estrelas

Descobrir o que sei, se sou forte...

se faço Nada! ou nada faço...

 

É que sei pouco de mim, 

e talvez o que perdura no olhar

é que não me permito mais a esperança,

porque a espera que vai

é também a que pelo mesmo caminho volta...

e minhas andanças de esperas

foram todas feitas de voltas...

 

Arrisco um sorriso...

um sorriso que não acolha desistências,

que lute para o amor sobreviver,

para ser a luz que te protege

enquanto meus olhos vazam sonhos

no fim de uma espera que avança... 

 

Arrisco um olhar...

arrisco um sorriso na alma,

que se faça entender num poema

e que dedilhe sonhos...

para alimentar a fome de sentidos... 

Maria
Enviado por Maria em 03/04/2023
Alterado em 03/04/2023
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