Esses ramos tortos
que me enfeitam a alma,
essa solda que arde
e cola distâncias
quase instransponíveis
nos degraus da escada
que fazem pés descer
enquanto outros sobem.
Sou ninguém.
E já provei o amargo
de tua dor ao largo
do meu tempo de esperas.
Se doce ficou,
calou em mim,
em minha pele do coração.
Mas, fez mordaça do riso
por milhões de flores do tempo.
E passou ao largo
o homem comum,
coroado
de espinhos do invisível.
Passou ao largo
de minha solidão
de dois prumos,
um pra ir pra lá,
outro pra voltar pra cá -
num repicar sinuoso e sentido
dos pêndulos da vida.
Ninguém viu,
ninguém soube,
ninguém percebeu.
Ninguém percebeu,
mas calou-se em esperas,
o coração abaulado
por medos de errar e causar
um novo caos
um temporal desvairado.
Calou-se por séculos,
só olhando, só observando...
o observador...
Também já fui pra não voltar,
já cheguei pra não nunca sair
em busca do homem
valente e amoroso,
de duas portas e uma janela do tempo
que ouso com minha vida,
minha alma, meu coração
e minha poesia frequentar...