Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Esses ramos tortos

que me enfeitam a alma,

essa solda que arde

e cola distâncias

quase instransponíveis

nos degraus da escada

que fazem pés descer

enquanto outros sobem.

 

Sou ninguém.

E já provei o amargo

de tua dor ao largo

do meu tempo de esperas.

 

Se doce ficou,

calou em mim,

em minha pele do coração.

 

Mas, fez mordaça do riso

por milhões de flores do tempo.

 

E passou ao largo

o homem comum,

coroado

de espinhos do invisível.

Passou ao largo

de minha solidão

de dois prumos,

 

um pra ir pra lá,

outro pra voltar pra cá -

num repicar sinuoso e sentido

dos pêndulos da vida.

 

Ninguém viu,

ninguém soube,

ninguém percebeu.

 

Ninguém percebeu,

mas calou-se em esperas,

o coração abaulado

por medos de errar e causar

um novo caos

um temporal desvairado.

 

Calou-se por séculos,

só olhando, só observando...

o observador...

 

Também já fui pra não voltar,

já cheguei pra não nunca sair

em busca do homem

valente e amoroso,

de duas portas e uma janela do tempo

que ouso com minha vida,

minha alma, meu coração

e minha poesia frequentar... 

Maria
Enviado por Maria em 06/04/2023
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