Maria
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Indúcias

Se não me trago dentro de mim

em que confrontos ando perdida?

Se habito um lugar sereníssimo

entre montanhas e pés de sabedoria

por que vivo indúcias e não compreendo

minha palavra escrita?

 

Sim, eu sei. Sou muito inquisitiva.

Talvez seja porque nasci em meio à guerra,

um pequeno centauro de arco e flechas na mão...

 

No entanto, hoje, vivo o armistício e sonho ser flor,

de calmas e plácidas terras,

para o pousar de asas abertas de paz e luz...

 

E mesmo em se vivendo sob o manto e a égide da morte,

ao seu fim, ainda resta impregnada ao chão

a marca da trajetória realizada.

 

São pegadas deixadas pelos deuses (mestres) -

que alçaram, em vida, o mundo dos eternos -

para os aprendizes que os seguem,

famintos de caminhos e sal nas costas...

 

À beira do cais iluminado de vida, meu barco -

fatigado e náufrago das lutas interiores -

se acolhe e se acha.

 

No cesto, mãos de aprendiz...

O que é nocivo à alma pode ser transformado

em manancial de paciência e mansidão...

Os cardos ao lado do caminho podem ferir

com seus muitos espinhos, no entanto,

também nos é possível contemplar

a beleza de suas flores

e comer do doce de seus frutos...

Maria
Enviado por Maria em 11/04/2023
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