Se não me trago dentro de mim
em que confrontos ando perdida?
Se habito um lugar sereníssimo
entre montanhas e pés de sabedoria
por que vivo indúcias e não compreendo
minha palavra escrita?
Sim, eu sei. Sou muito inquisitiva.
Talvez seja porque nasci em meio à guerra,
um pequeno centauro de arco e flechas na mão...
No entanto, hoje, vivo o armistício e sonho ser flor,
de calmas e plácidas terras,
para o pousar de asas abertas de paz e luz...
E mesmo em se vivendo sob o manto e a égide da morte,
ao seu fim, ainda resta impregnada ao chão
a marca da trajetória realizada.
São pegadas deixadas pelos deuses (mestres) -
que alçaram, em vida, o mundo dos eternos -
para os aprendizes que os seguem,
famintos de caminhos e sal nas costas...
À beira do cais iluminado de vida, meu barco -
fatigado e náufrago das lutas interiores -
se acolhe e se acha.
No cesto, mãos de aprendiz...
O que é nocivo à alma pode ser transformado
em manancial de paciência e mansidão...
Os cardos ao lado do caminho podem ferir
com seus muitos espinhos, no entanto,
também nos é possível contemplar
a beleza de suas flores
e comer do doce de seus frutos...