Queria que me degustasse como se degusta um poema,
coração pulsante, espírito enlevado e pleno de luzes.
Queria que me sentisse como sentes o poema
sendo desenhado no toque de pele,
no abraço de ursa, nos arrepios dos líquens e dos musgos
enquanto as carícias do vento navegam
por entre os dedos dos meus versos.
Queria que me sentisses no poema
como sentes as alvoradas do dia,
a aurora de teu acordar feliz e alegre
por só abrir os olhos mais uma vez
e receber da vida o amor.
Queria que me vestisses
como vestes tu'alma da poesia,
com botões de luzes
a fechar tua camisa azul de listrinhas,
como te colocas pele sobre pele ao degustar o Poema
quando teus olhos percorrem esse Verso em flor.
Queria que me amasses como se ama um poema,
como amas a poesia, essa, que te tira o fôlego
que te arranca do cansaço,
que te revigora a alma, o espírito, o corpo,
te faz ser homem que és
e ser menino - outra vez.
Queria ser a Poesia que amas,
que te acaricia a face com beijos,
que te enlouquece e te faz desesperado
em procuras e esperas por,
Dela, de Mim, mais um verso,
outro Poema de Amor receber.