Não vou mais rastejar,
nem implorar, mendigar...
Sei que posso pousar em qualquer jardim
assim, assim, sem querer nada,
voar alto ou na roseira...
Ou me deixar no ar, simplesmente, planar...
Tenho asas para ir onde o vento quiser me levar...
Sempre fitei meus próprios olhos,
porque são os únicos que posso ver.
Também vivo sentindo o meu cheiro,
beijando minha própria pele,
sentindo meu gosto,
deslizando em meu próprio chão.
Não há delicadeza em me sonhar,
nem querer que tem ânsias de me buscar.
Há ânsias mal curadas, lágrimas desprezadas,
e um cansaço beirando o olhar...
Não, não vou mais rastejar,
nem implorar, mendigar...
Posso escolher o que quero
se voar alto ou na roseira...
Ou me deixar no ar, simplesmente, planar...
Tenho asas para ir onde o vento quiser me levar...