Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Quantos milênios me deixei saltar a janela,

abrindo os porões

para despejar amor em raios cegos do sol.

 

Quantas e quantas noites vivi,

encantada com minhas próprias asas,

pontuando emoção,

sem nunca me saber estrela

ou navegando em busca,

só, bem só,

de minha própria imensidão.

 

Deixei de me sentir em mim

para me entregar, inteira,

sempre em busca, sempre à espera

de um pequeno, miúdo, sinal de amor.

 

Nunca segui em minha direção,

não me deixei levar a mim

e agora não sei mais onde estou...

 

Se lá... do outro lado da vidraça da janela

tocando as teclas pensativas de um piano

ou do lado de cá, pronta pra abrir asas

e fugir para o mais longínquo espaço cideral...

 

Assim, assim...

como uma pequena ave,

pés pousados no fio...

faminta de luz, faminta de,

num piscar de luz e esperança,

um dia, de novo, quiça, se encontrar... 

 

 

Maria
Enviado por Maria em 15/04/2023
Alterado em 15/04/2023
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