Meu Joseph querido!
Uma ferpa calada abraça o peito no silêncio sepulcral.
É possível ouvir o respirar do coração.
E sentir as entranhas da alma em ebulição.
Uma ferpa de dor abraça o peito.
É como se a vida não fizesse juz a verdadeira história...
Como se tudo tivesse ruído como ruíram povos e terras
no passar da carruagem do tempo.
Que tenho eu com este castelo?
Que tenho eu com ele?
São as mãos que o fizeram que me comovem.
São as mãos que sangraram
e choraram adormecidas de dor
que me tocam a alma.
Quase posso senti-las no silêncio sepulcral.
Quase posso senti-las.
Quantas mães choraram
seus filhos mortos e perdidos neste lugar?
Quantas mulheres enterraram seus homens
enquanto subiam as paredes de pedra em direção ao céu?
É com essas lembranças que me apego.
Com essa história que ninguém conta
que deixo doer o peito...
É com as pessoas
que ninguém vê ou ouve que me abraço e choro...
choro as lágrimas que elas mesmas derramaram,
que ninguém ousa hoje ver,
mas que ainda descem corridas
pelas paredes escuras de um castelo do tempo...
Saudades imensas,
Com meu beijo de amor,
Tua Marie.