Eu também conheço estes intervalos do tempo
onde o silêncio se abstém de ouvir o clamor
de minha alma em busca de te falar.
Então me calo e fico a te olhar,
enquanto as lágrimas deslizam quentes
pelas janelas da alma acolhendo-se,
quietinhas, nos lábios trêmulos.
Nada é igual, mas é tudo tão parecido.
Repetimos o tempo, a história,
os choros passados, que voltam
reformulando dores
enquanto os dedos tecem histórias
de mulheres feridas
que não cabem mais em painéis
deste coração ínclito ao amor.
Talvez, por isso, os dedos cansaram
de folhear espinhos
em portas fechadas e janelas quebradas
e partem para uma nova jornada
em busca de estrelas que cantem o novo
e dialoguem com seu teclar cotidiano...
Teclar de amor, esse, onde não há
soberba nem piedade,
mas a humildade e a simplicidade
de um invisível coração de amor...
Com amor,
Da Marie.