Eu busco a embriagues do voo,
a intrepidez do salto sem medo,
o elevar da estrela aos braços do sol,
o evocar da malícia das marés
no parador de meus sentimentos.
Não quero o empobrecimento da seiva,
nem o rancor inexplicável e incompreensível
do silêncio que separa, a negação do tempo de amar,
o minar da eternidade e seu transformar cruel
em apenas um segundo do minuto da vida.
Não busco mais o viver escondida na sombra,
nem peço o prêmio da indiferença
(se há algo que mata é ela,
e a rejeição que a sucede - ou precede)
nem o saldo de tristeza outorgada
como castigo por algo que não fiz...
O cancelamento aniquila,
o descaso falece a alma.
Perde-se de vista o amor...
ao se avançar para as turbulências
dos mares de desprezo e ingratidão...
Desvincilhar-se da cólera?
Desvincular-se da dor?
Não é possível
quando quem amamos nos fere
e com ferro o ferimos
em nosso espelho de desamor...
Eu busco a embriagues do voo,
a intrepidez do salto sem medo,
o elevar da estrela aos braços do sol,
o evocar da malícia das marés
no parador de meus sentimentos
e desejo, ainda, entregar a força de meu amor,
mesmo o voo solitário de meu arrebol...
e as pétulas tristes, secas e doloridas da flor...