Não sei deixar emergir mais meus fluxos interiores. Não conheço mais os meandros de meus pra dentro... As mesmas perguntas de outrora me importunam o dia: quando? sempre? as mesmas perguntas que sempre feriram as mãos de cinzel do filósofo, do homem que pensa ser feliz negando seus sentimentos... o mesmo homem que pensa o ser, que fez de suas perguntas, de seus questionamentos mais íntimos o esplendor, o meditar da vida, de e sobre a vida...
Mas, deixa as águas me conduzirem, e... deixa os ventos agonizarem desejos, dirimirem sonhos... Quando a pedra fria cobrir o interior em ebulição... quando a "atividade" for mais forte do que o sentimento que restou... então... o amor clamará e não mais será ouvido...
Será quando a primeira página será de uma primeira parte desses meandros... (ela se foi, pra sempre foi)... que, creio, serão as primeiras linhas de um novo tempo de caminhada rumo à mesma, já vivida, estrada da flor da solidão...
E as notas escritas serão jogadas ao chão por não ter mais a quem entregar... e os lábios sedentos se fecham... e os dedos se calam no campo aplainado da poetisa das pedras frias, na língua solta que chora e exprime melhor seu Agora meu/sentimento... a dor da perda, da entrega do coração de uma flor à uma montanha de desamor...
E a cada interrogação sobre o presente, uma resposta que aponta para um nada, para esta força de um homem que faz greve e luta, incansavelmente, contra o próprio sentimento...
Dedicado à lágrima da flor que hoje chorou...