Repousar - para quê?
Emergir minhas verdades - para quem?
submergir minhas necessidades - para sobreviver...
Talvez as últimas palavras escritas,
talvez minhas verdades não mais ditas
Tentar pensar... - talvez...
Tentar partir - preciso...
O avesso, o contraditório, o inverso do espelho,
sem resgate, sem fórmula de computação,
sem fórmulas ou receitas secretas
que anulem o que passou,
que meditem nas palavras ditas
(que não voltam - não se apagam mais)
que vivas estão
nos meandros de um tempo que se inicia...
enquanto outro se finda...
tempo de pensar, de refletir...
tempo de eterna meditação...
Tentar pensar... - quem sabe...
Tentar partir... - talvez desabe...
Agora, não é mais preciso que a minha poesia fale...
É, sim, preciso que eu me cale...
que não evoque mais lembranças,
nem me permita mais assolar por dores,
nem que meu sublime não consegue tocar o sol...
Agora, é condenada a flor
à folha seca sempre ser...
pétula ao chão...
lágrimas no vazio de imensidão...
coração aturdido, inconsciente,
finda a alegria infinita...
a esperança arrancada num turbilhão...
de uma falta de conversa...
um dedo de prosa negado...
uma nova e morena "atividade" em ascensão...