Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Algures, o tudo do nada que sempre foi...

Também arrasto asas

para este mistério da memória das conchas

cujo som percorre as lonjuras

e pousa suave qual esse pássaro enjaulado

e agora liberto e, talvez, talvez, ainda perdido de si.

 

Onde as portas abertas,

as janelas para o céu e as nuvens que caminham

levando os sopros interiores

sem mapas e bússolas para onde entregar?

 

Que estenda a mão o viajante

e as colha e as tome para si,

as passe na pele, cole no peito

qual marca de chão e eterna identidade...

 

É a pergunta, é a resposta.

É olhar, é o silêncio que faz

enquanto a lágrima fala.

 

É o subir, é o descer,

o ir, o voltar, o ficar... pra sempre

na lonjura que pousa suave

qual esse pássaro

sempre enjaulado e agora liberto.

 

É o nada,

é o tudo.

 

E o nada existe, mas não é compreendido,

ninguém sabe o que significa,

se um vazio ou uma alma em completude de amor,

o tudo do todo que sempre se foi...

 

Sim, são tantas as palavras que não dizem nada,

que não alcançam a intensidade,

o tom da nota necessário para gerar a música

que toque a alma num único e fulminante

ato de beleza e sublimidade do amor...

 

mas que traga algo de volta

quando bate no paredão de duas salas e três portas

cujas senhas o coração não mais conhece... só sente... e dói...

 

Se há resposta nas utopias,

se há sonho que ainda seja possível...

que carregue o vento minhas palavras

e as faça brilhar em tua face,

mergulhar em teus lábios

e colar minha alma na tua

enquanto o céu desce à terra

para a nossa dança de amor

e paixão pela vida...

 

Algures, o sonho...

 

algures...

 

algures... nós!

Maria
Enviado por Maria em 01/05/2023
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