Vivo às sombras
de silenciosos e urdidos dedos
batendo nas teclas quebradas
de um velho piano.
Num canto do armário,
descansa suas cordas,
mudo e esquecido,
meu velho e arranhado
bandolim.
É porque sou frequente nas sendas
profundas da alma
que me povoo de melódicos fins...
Por isso, crepúsculos ardem
na retina da noite que adormeceu
o sol no entardecer de mil luzes...
Prováveis ocasos...
que... rodopiam, rodopiam...
buscando se fixar nas notas
da boca entreaberta
pela fome de poemas
que falem de nosso amor...