Maria
Prosa e Poesia
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Não é o tempo que faz de conta que não vê.

O tempo não tem olhos para ver, mas nós sim.

Nem é o tempo que deixa a vida passar.

É ele que passa...

E nós o deixamos ir 

sem, talvez, viver, falar, cantar, dançar

o que tanto precisávamos...

o que era e o que estava por vir.

 

Não sou eu que fico fugindo (estou aqui),

justificando o sol recrutar o acolá...

Só se recruta o que se quer.

Ninguém obriga ninguém a fazer o que não deseja.

Não há lógica na outorga dessa culpa.

E se culpa há ou se culpados deveria haver...

Só você pode me dizer...

 

Eu...

Penso que não.

Já me disse o sábio

"As coisas acontecem porque elas são...".

 

Se sozinho dizes estar, sozinho queres ficar...

Então, não culpe o tempo que devorou meio século de vida.

Fomos nós, você e eu, que deixamos,

sem viver, o tempo correr... passar...

 

Se tudo passou e em ti o sonho acabou... 

O sonho floresce em mim...

Não há nada findando, nem a ruir...

A vida não é uma paisagem...

embora tenha, per se,

o poder de uma nova construir...

 

Se lhe deixaram sem tudo, lamento!

Se tudo virou poeira, sinto muito!

Se tudo é areia sem praia

e agora celebras o vazio, que pena... que breu.

dizeres que não tens mais Nada...

E o Nada é Tudo em mim...

O Nada Sou Eu...

 

Se o Sol se retira de seu próprio território

e se esconde atrás das cortinas cerradas,

não é a flor que foge pelos telhados de barro da vida.

 

Rosada e florida -

flor que é o nosso amor -

está sempre ali...

É ela a vida que - tímida e sonhadora -

ainda, apaixonada, vibrante e colorida, lhe sorri!

 

Eu te amo:

eu também te amo!

Então, deixa-te ser amado!

Porque sempre foste adorado!

Maria
Enviado por Maria em 13/05/2023
Alterado em 13/05/2023
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