O ruflar de tuas asas sobrevoa meus sentimentos.
É como se o vento do dia espantasse odores
de um tempo que não mais é em outro lugar
e os trouxesse a mim, aqui onde é agora...
E, chega alheado de cores e folhas de ontem...
Talvez seja assim que brotam as cores e leiras
do passado para o nosso (re)viver hoje.
Amealham cores de leires e sentimentos comuns.
Sei que há sempre um outro lado na história da vida.
E o outro, hoje sei, poderia ser sempre um desconhecido,
um escondido que não se abre,
não se explicita às manhãs de luz...
Mas este, a mim, se permitiu revelar.
E meus dedos o alcançam em seu casulo de belezas,
o tocam com harpas e violinos na arca do meu coração.
É o tempo de encontro entre o passado
e o momento que se vive agora.
É o tempo certo!
O tempo certo é este momento,
este instante que vibra vida
e agora me cruza com o teu...
No amanhã, talvez, eu já não caminhe mais
meus pés descalços por estes territórios de letras, não sei...
quem sabe os ditames do tempo?
Quem pode prever o amanhã? Não sei...
Se assim for, não haverá mais lugar para palavras.
Será a voz do silêncio a minha e a tua colheita,
o que pode me/te ser destinado sentir - a voz do silêncio...
Mas, hoje, meus pés caminham essas trilhas ao teu lado.
Mãos dadas, vamos para onde o vento quiser nos levar
e para onde nossos corações almejam
e se inclinam como um que são...
Por isso, entrego, partilho, divido, minhas palavras Agora...
assim, assim... ao som do ruflar de tuas asas
que sobrevoam - cantando e entoando árias de amor -
o profundo dos meus sentimentos...