Colho o silêncio com mãos de violino.
E deixo faltarem palavras para dizer...
A vida é mais do que uma letra no papel em branco.
É dor, é saudade, é a lágrima de um triste pranto...
É um presente que mãos abriram sem aceitar,
que os mesmos olhos nunca mais irão ver,
um girassol de amor, um colibri de asas soltas,
as conchas e a areia de um mar
que todos querem as águas quentes e azuis viver...
Quando faltam palavras os olhos se fitam,
mas não sabem o todo que estão a dizer...
é que o silêncio interpreta o que vê...
e perpassa a seriedade, o amor e fios de uma dor...
há dicotomia entre o que os olhos dizem
e o corpo não quer entregar...
ou que, talvez, não consegue a si mesmo entender...
Hoje aprendi que há um mundo imenso
e outra ou uma "verdade" que nunca antes tinha visto
ou que vi e não quis compreender:
"minhas letras eu lhe entrego entre um passeio pelas estrelas
... e jamais serei encontrado pelas suas mãos"...
Profecia, talvez... Decisão!?
É que o amor não está condicionado às mãos,
mas pode ser encontrado pelo coração!
E as minhas mãos hoje voltaram vazias...
sem um abraço, um toque... uma palavra de amor...
Trouxeram um olhar demorado, silencioso,
um sorriso sem retorno, um silêncio em flor?
Colho o silêncio com mãos de violino.
Recebo-o de um coração amalgamado com o divino
Choro e emoção vivida... escrevo... seco o pranto...
E deixo faltarem palavras...
O amor é mais do que uma letra no papel em branco...