O tempo faz dobraduras insondáveis
que se abrem como pétulas de uma flor
quando o sol é e vive luzidios de puro amor.
Piso areias sem praia numa ampulheta
que adormece o tempo ao cair
para o outro lado do mundo.
Nosso lado de tempo depende de nós dois...
Se precisamos mais ou menos tempo...
Sobre você, só você pode me dizer...
Também queria morar numa estrela
ou numa estrada que, nesse cair do tempo,
findasse meu corpo, minha alma,
no interior quente e infinito de tua luz.
Procuro em teus braços esses raios amados
e mergulho fundo em teu olhar - em mim -
me dizendo de tanto, tanto amor...
Te peço: me olha outra e outra vez, assim !
Te amo, tanto, tanto !
Também te amo, amor !
Voemos!
Somos dois pássaros - peregrinos - da vida.
Nos encontramos no limiar do céu
e escrevemos nosso voo de longa data
na eternidade de nosso pergaminho do tempo.
Estamos voando !
Tocamos o céu com as mãos e beijamos estrelas
com nosso rútilo e colorido revoar de asas
e nosso amor de mil tempos e um infinito de luz.