Maria
Prosa e Poesia
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Textos

A razão não precisa dos meus sentimentos

 

A poesia nasce da espontaneidade da alma

e não há como prendê-la em grades e aramados.

Suas asas alcançam distâncias e alturas inimagináveis,

que os olhos da razão não conseguem conceber.

Por isso, não há como transformar razão em ilusão

fora dos versos e linhas de uma poesia!

No voo augusto dos pássaros ela nasce célere

e segue seu destino no flanar das velas do vento.

Como uma carta de um tempo que ainda não se fez

guardando memórias, medrando sentimentos!

 

Quando contemplo uma poesia - ao seu fim

-minha alma se curva em sinal de reverência

à poética inusitada, singela e bela - pura poesia

que nasce do espírito do poeta da antiguidade -

enquanto aprendiz, me debruço em seus versos

tecidos no baú da sua sabedoria e conhecimento.

É como se um mar de luz abrisse suas portas

para o mergulhar frenesi em ondas de águas azuis

e o repousar sereno nas folhas da primeira página,

de um livro da vida que me carrega em seu ventre.

 

É no vagar das palavras que traçamos caminhos

e encontramos a claridade para a consciência...

porque o sonhar é o rascunho dos loucos...

fúria, sossego e refúgio do silêncio da alma

que poder falar jamais tínhamos imaginado...

E o nada que somos nos é dado por inteiro

quando não acreditamos ser alguém em algum lugar.

E mesmo que fossemos algo em lugar nenhum

seríamos mais do que só o risco de um pensamento...

 

Não é o barulho do árduo trabalho de lapidação,

que esconderá a pureza da pedra encontrada.

Só lhe dará mais beleza, forma, valor e perfeição...

Mas, a inspiração é a emoção do momento...

É quando a lágrima desce molhando o papel

e a poesia se escreve sobre um rumo incerto...

a alma se desenhando, sem necessitar de mãos...

pois a razão não precisa dos meus sentimentos.

Maria
Enviado por Maria em 17/05/2023
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