Aqui vai indo.
As luzes me acordam de manhã,
me empurram pelo dia
e finalmente ao se apagarem
me acendem o espírito.
É sempre à noite que vago mais
por outros planetas e universos
em busca do que o dia
não soube me acolher.
É que as horas desmoronam tão rápido
que não há tempo para viver,
só subsistir aos marcos da agenda,
as ondas de coisas
que solavancam sobre o dia...
"escrevemos o tempo com a areia do silêncio..."
me disse uma voz amiga no tablado do tempo.
Talvez seja esse o caminho das mãos de poema...
Escrever nosso tempo com a areia do silêncio
e desenhar caminhos sem desertos
mas com areias quentes e macias
onde os pés trilham estrelas
e abraços queridos que acalentam o coração.