Carrego vigílias de ocasos dentro do peito.
Um fio tênue da brevidade que é o tempo.
São milênios que um dia nasceram
e no entanto hoje dormem
à dor de minha “confusão dualista”.
Mastigar solidão, enfronhar sonhos
e secar miragens de oásis em meu próprio deserto
são minha sina e dia...
E o tempo só passa..
Não é possível segurar...
Séculos e mais séculos
no calendário do universo do sol.
Mas... hoje... minha barca não derrama
mais brasas em meu céu.
Hoje brotam poças de solidão de quem morre
na íris dos olhos.
Refletem a escuridão, a profundidade
e a impermeabilidade do lugar
que guarda o primeiro grito ao homem
embrulhado em sua própria perda:
- partiu no trem da vida!
E o silêncio profundo é o saldo -
o que ficou - após o momento de dor...