Quanto tempo andei,
coração ceifador de vazios,
ferrolhos nos pés
e grades nas palmas da mão?
O tempo "perpétuo" cristaliza vivências
nas linhas do poema.
E piso um caminho antigo
onde tanto ali já vivi...
Araucárias de minha vida...
que agora já se foram -
perpétuas - partiram...
Preciosas lembranças
abarcam a alma
em contemplação...
Das hecatombes do dia,
a ousadia do desmascarar-se
nas letras de um poema vivido...
é que vivi muito tempo,
ceifando vazios,
amarras nos pés
e grilhões prendendo
as palmas das mãos...
Foto: Maria.