Também não conquistei a poesia,
mas me derramo em suas letras.
Cravo os pés no barro que sou
e me arrasto em cada palavra.
Engatinho entre as sílabas,
rolo de uma linha à outra.
Me encontro até nas entrelinhas
e quando há linhas em branco
lá também estou.
Se há beleza em minhas palavras,
se em minhas nota mora a dor...
Não sei. Não sei.
Não consigo mais me ver,
nem me reconhecer
depois que saí de mim e me entreguei
ao meu mais atento leitor...