Passo, silente, pelo teu silêncio.
Talvez desejei ser o muito de cada coisa
e me esqueci que sou pequena demais
para conter o mundo dentro de mim.
Almejei ser tua Poesia
e que me desenhasses em tuas manhãs
enquanto olhavas o céu
pela tua janela de cortinas
sanzanadas pelo tempo.
Busquei ser o teu sorriso,
quis ver os teus olhos brilhantes,
brejeiros de amor...
Aspirei o teu toque e o teu cheiro
e o teu coração batendo pertinho do meu
para que eu pudesse senti-lo,
a mão em teu peito...
Me olvidei de esperanças
e de buscas e procuras
de um Sol que passou milênios
fugindo ou se escondendo
atrás de paredes
cimentadas de indiferença...
Agora, passo silente pelo teu silêncio...
E a mensagem na parede... Sou eu!
Sou eu que desejei
ser o muito de cada coisa em tua vida...
e me esqueci que sou pequena demais...