Eu também queria - ao mesmo tempo -
a monja meditativa em sua cela de solidão
e - a outra que sou - a andarilha,
viajante intercontinental
que já voou mundos,
mas só tem ânsias de percorrer tuas terras,
teu território num raio de luz e fogo...
arco e flecha na mão,
como um pequeno centauro,
guerreira por teu corpo e tua alma,
por meus sonhos de perambular o teu chão...
Eu também queria - ao mesmo temo -
a menina de tranças, pequena e sonhadora
e a grande mulher, guerreira,
revolucionária de seu tempo, de sua vida.
E queria ter plantado no coração
um chip de genoma de vida, sonhos e utopias
para nunca desistir de mim, de ti, de nós...
e eu queria ser a menina que brinca no teu jardim,
no teu quintal beijando tuas flores, montanhas e névoas
e a mulher que fosse essa chama-ardente do futuro
a bandeira flamejante de tua vida,
o amor celeste e - ao mesmo tempo - rosado
que levanta o torto e te tira da tua solidão
te abraçando forte, te acalentando
no berço de meus pra dentro,
como somos - um - em nosso espaço-lugar,
o nosso querido território de amor e paixão
o nosso principado do coração...