Afinal, quem sou?
Se sou livre, afinal quem sou?
Devo ser mais de uma,
pois que dentro de mim
gritam correntes
em todos os sentidos.
Uma de mim anseia uma liberdade
que ainda não conquistou,
quer voar em céus tão longínquos
que nunca viu,
mas sempre almejou.
A outra já é livre
por ter conquistado
o direito de pensar,
de falar, dizer e viver
sua própria vida.
Uma outra de mim é escrava
de sua própria importância,
de seus questionamentos,
preconceitos e tabus.
E outra ainda é senhora de si,
dona de seu mundo,
mas o compartilha
por medo de cuidar dele sozinha.
Poderia enumerar as outras
que ainda compõem
as cores de meu ser,
mas se fizer isso,
terei de falar dos nós e laços
que amarram uma à outra
e confundem o meu jeito
de ser e viver.