É um mergulho na existência
que revela,
no fundo, bem fundo,
a essência de quem se é...
Tornar-se profundo?
Não, não...
não quero mais...
Já vivo profundidades
que ninguém mais quer...
Não, não quero mais...
Nem desejo que seja esse
o escrutinar das minhas cantigas,
embora sei que seja...
É que morreu o sonho,
morreu o crepúsculo
das (in)desistências
e as feridas abertas
riscam linhas em branco
que o poeta não escreve
por suas ânsias de ver sonhar
a alma de flor candente
em constante ebulição.
Que nada se decante,
que não haja mais pousos nas manhãs
já que não há a possibilidade de o amanhã existir
e as probabilidades, em geral, morrem
nas primeiras luzes do alvorecer...
Que nada deságue,
que não se vejam mais crepúsculos do amor
e que a noite termine em silêncios...
com dedos desenhando paixão
tocando de luz a face
enternecida de eterno amor...
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que seja sempre dois,
em um só coração...