Se houvesse como quebrar o tempo
e dobrar, mais uma vez,
as esquinas de nosso não caminhar.
Por que não vivemos mais
tudo o que deixamos passar ?
Os olhos ardem de tanto pensar.
Chegaram a conclusões.
Todas incertas do futuro,
mas cinzeladas nas brisas
e tempestades da alma.
É assim, em constante reflexão,
que toco a pauta do tempo.
Coisas distantes demais,
mas tão perto de mim.
O cotidiano de um mundo que tenho.
Como parece tão meu ?
Querido coração.
Turbinado de vida,
parece um corcel desvairado
dentro do peito.
Por fora não se vê,
mas por dentro bombam
dois olhos distantes,
um pensamento longe...
Perdido, cada vez mais longe…
e quanto mais longe…
mais perto de si… de mim...