E sigo carregando o pó das estrelas,
sandálias carregadas do barro que sou -
sem ser nuvem, sem ser céu -
memória envolvida em papeis amassados
que eu também jogo na lixeira da vida.
Quantas vez também te vi
chorando baixinho no escondidinho do mundo,
flor aberta ao amor.
Também te vi recostada no batente da janela
olhos longínquos beirando o cais
em busca do pulsar de teu próprio coração
que partiu com o barco da vida
a quem você teu coração entregou.
Quantas gotas doloridas e quentes
desceram pela face morena
de amor e saudade?
Me curvo diante de ti,
em reverência à tua vida,
teu caminhar sereno
e, muitas vezes, calado,
tentando carregar o mundo sozinha.
Saber que meu jardim
exalou o perfume da luz
e luta pela não desistência em tua vida
me faz grata com o que mora em meu coração,
o amor invencível, a força e a coragem
para viver o que, quem e para quem sou...
À Poetisa Rose Rocha
Grata pelos 10 anos
de linda e profunda amizade
que a vida nos proporcionou.