Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Com as mãos

que tocam poemas, reflito...

e queria poder tocar tua alma

e me aquietar ao teu lado,

lábios em teu peito...

 

E é assim que o pincel em meus dedos

percorre a superfície de tuas terras...

Tatuo uma senha para minha alma, 

pinto um enigma, um mistério profundo

- cujas chaves guardo em meu coração -

a ser desvendado por teus lábios em mim.

 

Des(invento-me) em palavras

que nunca foram ditas,

em tríades inexplicáveis de poemas

que sangram o amor

em teu peito amalgamado ao meu.

 

Busco o sentido de nossa história,

- perfaço momentos de nossas memórias -

procuro o fio que, misteriosamente, nos mantém ligados,

a chama que acendeu esse monastério de luz, amor e paz

no qual mergulhamos nossos corações

em busca de mútuo acalanto...

 

E o enigmático persiste,

transformando o solver do mistério

no próprio mistério, no enigma

que tantos procuram decifrar

ao perguntarem quem sou, quem és... ?

 

Eu sou a teia que te abraça permanentemente,

que te ama absurda e intensamente...

Sou a realidade que circula pela sala de teus enigmas,

no lugar onde encontras o elaborar de tua intelectualidade -

no berço do poeta, do cientista, do homem - 

onde não há sobreposição entre um e outro,

mas uma coexistência tautocrônica, 

(entre corpo, espírito, alma, a essência de tudo)

a presença viva em completude de ser, viver, existir...

É onde existe e subsiste o Amor!

 

 

" É preciso admitir esse traço consubstancial ao universo,

à realidade, ao ser, ao não-ser, à razão, às ciências,

ao homem: o enigma" (Edgar Morin).

Maria
Enviado por Maria em 20/06/2023
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