O Enigma da Mutualidade da Alma
Questionar-se na mutualidade da alma,
na integralidade do espírito...
quem, em sã descoberta de si mesmo
e dessa dádiva, já não o fez?
Penso que até pode-se explicar
as mais geniais descobertas da vida,
os meandros mais profundos
que ligam e religam nossa alma
à sua substancionalidade.
Mas sempre haverão novas perguntas,
novos questionamentos para os quais,
talvez, talvez, em nós, em nosso intelecto,
não encontraremos respostas.
Mas e quem disse que o meu mistério,
o meu enigma já não foi respondido -
encontrada a sua resposta - em outrem?
Quantas coisas já sabias sobre mim
que eu não havia, ainda, em mim mesma descoberto?
Quantas respostas às minhas 100 perguntas
eu encontrei em você?
Mas, penso, que ainda caminhamos
na beira do abismo de mistérios que carregamos,
onde o mistério é o próprio mistério,
ou... a sua solução*,
Assim, a descoberta é a busca
e o resultado é uma nova procura sobre si mesmo(a).
É o que nos mantém sempre em novidade de vida.
O imensurável que nos habita,
o transcendental do qual fazemos parte,
o hipotético que não apresenta possibilidades,
só probabilidades...
É na probabilidade de ser - em ti -
que minha alma trilha seus passos...
Sigo, cabeça liberta,
em direção aos meus pra dentro...
sempre em busca,
sempre à procura de colar -
ainda mais profundamente -
minha alma à tua...
*Resolvido o enigma, esta própria solução se torna o grande enigma" (Edgar Morin).
"Tudo o que nosso espírito possa compreender, explicar, suas mais geniais descobertas, assim como suas mais exatas construções, tudo isso se manterá em um sentido profundamente insatisfatório para o próprio espírito. Alguma coisa na explicação permanece inexplicável, alguma coisa na inteligência permanece ininteligível" (Edgar Morin).