Também quero me permitir dormir
com minhas inquietações e acordar,
ascética, no zênite do tempo
com todas minhas decrepitudes e sombras,
que se não me apagam,
prolongam minhas horas em busca de sol...
Não quero falar mais nada.
Não quero mais tecer um canto
para ouvidos surdos,
não, não mais...
que se calem as toadas, as fábulas,
as melodias cinzeladas
ao som de Bach, Mozart, Tchaikovsky...
que se calem...
Não posso inventar
uma realidade que não é,
seria uma ilusão nela acreditar,
quanto mais viver...
Sigo, guerreira vencida,
um "caco", um "trapo"
de uma trupe de sonhos
que janelas não acordam mais...